As portas abriram-se permitindo que escoadas de pessoas me impelissem furiosamente para o exterior. Finalmente consegui respirar. Homens e mulheres circulavam, uns mais apressados, avançavam sobre os ombros de todos , outros ,sentados, suspiravam sobre os raios quentes do sol, alguns apenas esperavam pelo eterno regresso a casa, e ainda havia aqueles que passavam por ali sem saber muito bem o que estavam a fazer.
Os dois veículos seguiram direcções opostas. Preparava-me para atravessar para o outro cais quando o sopro fresco do vento arrastou o meu olhar que pousou suavemente nuns olhos misteriosos. Eles fixavam-me, prendendo-me ao desconhecido. Não sabia bem o porquê, mas ignorá-los era impossível, talvez se devesse à sua diferencia/indiferença perante todos os que o rodeavam. Encostado à parede de metal ele observava e aguardava o seu destino, como se tivesse perdido no seu mundo o seu olhar vagueava pelo nada e pelo tudo.
Aguardei silenciosamente, ao seu lado, o meu regresso a casa. Não estava assim tão perto, mas estava o suficiente para que pudesse ver cada forma do seu rosto.
E o metro chegou, e contrariada pelo destino prossegui na viagem.
Agora cada regresso é aguardado desejando que algum dia seja mais do que apenas um regresso.
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